Vamos lá... Sem romantização... Advocacia na Real. Essa é uma pergunta que ando fazendo com mais frequência, talvez pela correria do dia a dia, pelos desafios que vão se apresentando, pelo cansaço, infelizmente pela insegurança jurídica que vivemos... enfim vários fatores andam me levando a fazer e refazer essa pergunta.
Mas, no meu caso específico acho que algo que vem de dentro mesmo, personalidade sabe, lembro-me quando criança eu sempre “fazendo rolo” quando sentia alguma injustiça do meu ponto de vista. Teve uma certa vez estudava na Auxiliadora, acho que era 3° ou 4° serie, devia ter 7, 8 anos, sim sou “ adiantada”, era aquela febre do jogo “Queimada”, e de repente as Freiras nos proibiram de jogar a tão espera Queimada na hora do recreio e saída !!!Pensa no azedume, eu amava jogar, era ótima por sinal rsrsrsrs, mas era mesmo.
Diante dessa subtração do nosso direito de jogar, dei a ideia de fazermos um Abaixo Assinado, que por sinal teve várias assinaturas, e foi recebido e procedente rsrsrs... Assim, tivemos nosso direito garantido de jogar queimada novamente. Teve uma outra ocasião entre variassss.... eu já adolescente havia ido a Coxim, para o aniversário de uma amiga, e na volta, voltei de ônibus e em pé, pois, sabe aqueles motoristas espertinhos que ficam colocando o povo parado na estrada para dentro do ônibus e quando vê não tem mais lugar.... Então, foi isso que aconteceu., me deparei com casal de idosos entrando e sem lugar, ai já podem imaginar né rsrsrsrrs. Resumindo, dei meu lugar para eles e vim de pé.
Olha, só para esclarecer, quem me conhece sabe, eu não sou barraqueira, sou tranquila até demais, mas tem certas coisas que vão além de mim parece. Mas sem barraco, somente com a devida exposição dos fatos. Rsrsrsrssrrs.
Além disso, tem o fato do meu pai ser advogado, eu desde que eu tenho memória, escuto as seguintes palavras: reclamante, reclamado, audiência e prazo hahahahahahhaha. Também tenho várias memórias, eu criança na porta do TRT, esperando meu pai dentro do carro com a minha mãe, esperando na porta da escola e meu pai atrasado, porque atrasou a audiência. E óbvio, pela admiração que tenho por ele, pelo seu profissionalismo e inteligência. O meu pai, também é um grande culpado por eu refazer tanto essa pergunta, pois ele fazia e faz de um jeito que parecia ser mais fácil advogar, outra ilusão minha, sabia que era corrido e tal, mais sinceramente não sabia que era tão difícil.
Mas, como disse Rui Barbosa: “A advocacia não é profissão de covardes”
Mas, como falei acima advocacia na real, entramos na faculdade no intuito de fazer justiça, na ilusão desta. No entanto, percebi e vivencio que raramente Justiça e Direito andam juntos, isso para mim foi muito difícil. E depois de um tempo percebi que é nesse momento que o nosso papel é o mais importante na busca da Justiça.
Sempre ouvi meu pai dizer que Direito é bom senso, e este último anda meio sumido na nossa sociedade né!? Mas, mesmo assim, Eu, Melyna, apesar de tudo que estamos vivendo, cenário político, judiciário corrupto e aparentemente sem limites... ainda sim acredito no Direito, na Justiça, e no ser humano, deve ser por isso que ainda sou advogada e pelo jeito continuo iludida !!! rsrsrrsrs
Depois desse textão, me conta aí por que escolheram suas profissões?
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